PANDEMIA PROVOCA QUEDA NO SETOR GRÁFICO DO ES, MAS DEMANDA POR EMBALAGENS CRESCE


PANDEMIA PROVOCA QUEDA NO SETOR GRÁFICO DO ES, MAS DEMANDA POR EMBALAGENS CRESCE

Após um estudo da Federação das Indústrias do Espirito Santo (Fides) estimar que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pode provocar demissões em 62% das empresas capixabas em 2020, o setor gráfico no Espirito Santo apresentou uma queda de 61% no faturamento, segundo a vice-presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo (Siges), Lorena Depizzol.

Desse percentual, apenas 23% são empresas de embalagens, sendo o principal motivo da queda as empresas da área promocional (panfleto, cartaz, papelaria), que representam 52% das entrevistas.

Essa influência pode ser sentida em razão da pandemia de Covid-19, já que não têm pessoas entregando panfletos nas ruas. 

A estimativa é com base em uma pesquisa realizada no mês de maio com 17 empresas capixabas do setor gráfico. Além da queda no faturamento, o setor perdeu 124 postos de trabalho. 

Mesmo diante desse contexto, e com o novo coronavírus, Lorena destaca que é possível ver uma demanda maior por embalagens para delivery no Espirito Santo.

“Vemos uma demanda maior por embalagem para delivery para pequenos comerciantes, que tentam voltar ao mercado. A gente sente até no pedido de orçamento que está chegando. Essa é a maior demanda, além de plantas industriais, que não pararam. Ou seja, a gente teve a parte desse produto para delivery mais acentuada, mas a parte promocional ainda está parada”, explicou a vice-presidente do Siges. 

Diante do cenário de recessão, onde as empresas estão cada vez mais deixando de investir. No entanto, o empresário do setor gráfico João Batista Depizzol manteve os investimentos para 2020.

De acordo com ele, essa é a primeira tecnologia no Brasil em impressão digital de embalagens de papelão ondulado e colorido para pequenas e médias tiragens.

O investimento está na casa de R$ 6,3 milhões, e têm previsão de início das atividades no último trimestre do ano, o que deve gerar a partir do segundo ano 13 novos empregos diretos. 

“O projeto é viável mesmo com a pandemia, já que estudos mostram que o segmento de embalagens é uma das engrenagens que irão crescer no setor gráfico. Além disso, como já tínhamos iniciado o projeto em novembro, vimos que ainda é viável. Nós seremos a primeira indústria com impressão digital em papelão ondulado colorido. Vamos continuar com a linha em que já atuamos e investiremos em novos produtos nessa área”, contou Depizzol

Papel como diferencial 

Por outro lado, o papel, que com o avanço tecnológico perdeu espaço, pode com a pandemia se tornar o diferencial que as empresas tanto procuram.

De acordo com a vice-presidente do Siges, o olhar daqui para frente é de reinvenção, sendo que quando as empresas quiserem se diferenciar, elas vão usar o papel. 

“Enquanto todo mundo tem um site, o diferencial agora é ter o papel, e antes era o contrário. Tem um ponto que acho importante, que é a parte que saiu de uma pesquisa sobre a Covid-19, que o papel, em detrimento aos outros materiais muito lisos e por ser poroso, dificulta a transmissão do vírus”, ressaltou Lorena. 

Foto: Demanda por embalagens para delivery cresce no ES durante a pandemia — Imagem: Shutterstock / Andrew Angelov

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