Empresas devem eliminar embalagens de plástico de uso único para bater metas, diz relatório


Empresas devem eliminar embalagens de plástico de uso único para bater metas, diz relatório

Uso desse tipo de material cresceu entre 2019 e 2020; reciclagem, que seria opção, é praticamente nula em nível global.

Marcas e empresas que pretendem diminuir o uso de plástico virgem até 2025 precisam lidar com um problema ainda muito comum: as embalagens flexíveis de uso único, utilizadas em produtos de diversos segmentos da indústria, como, por exemplo, a alimentação. São as famosas embalagens de pães, salgadinhos, barras de cereal, sachê de ketchup, tubos de creme dental e refil de sabonete para dar alguns exemplos. A afirmação foi feita em relatório sobre economia circular divulgado pela Fundação Ellen MacArthur nesta quinta-feira (31).

Apesar das previsões de queda, a utilização desses materiais seguiu movimento contrário nos últimos anos, crescendo 5% entre 2019 e 2020, segundo o relatório. Justamente por serem adaptáveis a diversos formatos e produtos de setores diversos, como alimentos, bebidas, higiene e limpeza, esses materiais representam o segmento que mais avança na indústria de embalagens plásticas.

O documento da Fundação Ellen MacArthur aponta que a reciclagem desses materiais – que hoje é quase nula em todo o mundo – segue desafiando a economia circular. “Assim que são gerados resíduos de embalagens flexíveis, é incrivelmente difícil lidar com eles, independentemente do material do qual ele é feito ou de onde está sendo utilizado”, avalia o documento. Na Europa, região do mundo que registra o melhor índice em nível global, o total de embalagens recicladas não chega a 8%. Para quadruplicar o montante reciclado no continente, o relatório aponta a necessidade de aportes de 2 bilhões de euros em infraestrutura.

Como alternativa para a indústria, o relatório sugere 21 ações para a diminuição do uso, entre elas, o redesenho de produtos e a substituição do plástico por papel em até 15% das embalagens flexíveis até 2040. “A infraestrutura para coleta, triagem e reciclagem de papel é, em média, muito mais avançada do que para o plástico”, avalia o documento. O relatório também indica o uso de revestimentos comestíveis, embalagens solúveis em água e ainda o uso de plásticos compostáveis, que podem ser considerados para até 20% das embalagens flexíveis de plástico. Já há no mercado, por exemplo, embalagens biodegradáveis, feitas a partir da fécula de mandioca ou bagaço de cana.

As orientações perseguem as metas fixadas em 2018 pelo Compromisso Global da Nova Economia de Plásticos, elaborado pela Fundação Ellen MacArthur e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O documento propôs a redução do uso de plástico virgem por indústrias e varejistas em quase 20% até 2025.

Fonte: Valor.

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